9 de nov. de 2009

O V E N T O

Não se vê, mas se sente. Proporciona uma agradável sensação de conforto, as vezes frio, as vezes pode servir de alerta para chuva, ou então para dispersá-la.

Vento que quando, sem esperar, assopra a areia que se eleva e irrita os olhos, que fechados por um instante e doloridos nos faz dar valor à visão... Variável, inconstante, impalpável, mas de bom agrado, pelo menos para alguns...

Singelo, ele canta. O balé das folhas secas naquela tarde fria de outono. As folhas moças se envergonham e se agitam quando os rapazes se aproximam, mas gostam. É a lei natural. A música aumenta, elas se dispersam e agitam cada vez mais e, de repente, param, exaustas sobre um canto qualquer no qual esperam, afoitas, que a música comece novamente... talvez num outro ritmo, mas esperam... O casal de velhinhos sentados admira, trazendo para si a memória de sua juventude e alimentando a chama da paixão e do carinho ainda presente. Os cabelos brancos e as rugas nas faces, principalmente quando sorriem, denunciam sua felicidade.

A imaginação que flui, quando os olhos se fecham e sente a brisa suave. Anoitece, já é tarde... ainda escreve, porque gosta. Sente novamente a brisa, arrepia... Um pouco de frio talvez, mas é refrescante. Sensações, olhares, momentos...

O vento pode nos trazer à memória o quão pouco se precisa para se sentir bem. Não somente pela sensação direta que ele proporciona, mas pelas outras coisas que se agregam a ele. Utilizando o exemplo do balé das folhas e com um pouco de imaginação e metáfora, podemos comparar o vento como uma espécie de música para a natureza. Observe: as árvores dançam alegres(algumas se exaltam tanto que até caem por isso), sacodem suas copas verdes, embora existam árvores tão sem graça como nós que não gostam da música e peranecem imóveis. E sua música é tão intensa que não se restringe às árvores apenas. O mar também contagia-se, as nuvens. Tudo. O interessante é que nós humanos não conseguimos captar o seu som. Mas podemos sentí-lo se quisermos. Isso já basta. A mim, pelo menos, é suficiente para proporcionar bem-estar...

Vento... que alegra a natureza, arrepia a pele no frio, ajuda a refrescar após um banho num dia de calor, que inspira, que abraça e que faz parte da vida de todos nós...

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